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Chefchaouen – a cidade azul

Uma pequena cidade a norte de Marrocos, pintada de cima a baixo em tons de azul. Quase como saída de um conto de fadas. A magia sente-se em cada parede, o ar parece mais leve. É esta a sensação que Chefchaouen nos dá.
Rodeada de montanhas, em volta de labirintos entre as suas pitorescas ruas estreitas. Mapas não é algo que se use por estes lados, a ideia é descobrirmos à medida que vamos andando. E cada rua é mais bela que a anterior.

Tal como nas restantes cidades de Marrocos, a moeda local é o Dirham marroquino, com um valor inferior ao euro – 1€ = 10.51 MAD.
No entanto, ao contrário de grande parte do país, para além do árabe, a língua espanhola também é muita usual em vez do francês. O que para mim foi um grande alívio, já que como devem calcular, o meu árabe está bastante enferrujado.

Como chegar

Chefchaouen não tem aeroporto, nem mar. As chegadas são sempre feitas por meios terrestres de uma das grandes cidades imperiais. No meu caso, Fez.
Existem três opções:

Aluguer de carro

Os preços são bastante acessíveis e o combustível ronda 1€/L. Não fosse o trânsito marroquino um pouco caótico e a polícia local ter como passatempo implicar com turistas na estrada para impingir algumas multas. As estradas não são as melhores e contar com Gps em terras onde o Wi-fi é mais fraco que as legislativas em Portugal, para mim não me pareceu uma boa ideia.

Tour

Existem imensas empresas a oferecer este trajecto e até de ida e volta no mesmo dia, para quem tem o tempo contado.
As Tours são feitas em Vans, normalmente com ar-condicionado e suficientemente confortáveis. A maioria dos guias marroquinos, adoram conversar e partilhar histórias. O trajecto acaba por ser mais curto, mas a viagem bastante enriquecedora e divertida. O único aspecto negativo é os preços extremamente elevados praticados por estas empresas, já demasiado viradas para o turismo.

Autocarro

A melhor e mais prática solução de transportes. A empresa que opera estas viagens é a CTM e já é considerado um transporte turístico e como tal os bilhetes têm tendência a esgotar rapidamente.
Os autocarros são modernos e com ar-condicionado. Tal como referi em cima, as estradas não são as melhores. Tem bastantes buracos, subidas íngremes e descidas que a única proteção entre o caminho e a ravina é a condução do motorista.
O percurso tem a duração de cerca de quatro horas e o valor de 125 MAD, correspondente a sensivelmente 12.5€. Comprado diretamente na sede da empresa em Fez no dia anterior. Tive a sorte de ter bilhetes disponíveis, já que era o último lugar vago desse dia. Se tivesse ido acompanhada, teria ficado em terra. Por isso aconselho a comprarem online e com antecedência. Para cidadãos não marroquinos, é necessário a compra pelo menos de 72h antes, para a população local, 48h é suficiente.
Podem usar o site oficial da CTM para adquirirem bilhetes ou saberem horários disponíveis.
(http://www.ctm.ma


O autocarro chega à rodoviária da cidade, que se encontra a cerca de cinco minutos de carro do centro. Assim que pousarem um pé na bela cidade azul, preparem-se para serem abordados por umas dezenas de marroquinos a oferecer os seus serviços até à cidade. Continuem em frente até passarem um pequeno portão branco, onde existe a paragem dos táxis.
O percurso custa no máximo 15 MAD / 1.5€, antes de entrarem confirmem o valor. Mas não achei uma necessidade tão grande de regatear preços como em outras cidades marroquinas.

Onde ficar

Existem imensas opções de alojamento pela cidade fora, só não façam como eu. Reservei na noite anterior e acabei por ver os que mais me interessavam já esgotados.
Escolhi um hotel simples, dentro da Medina a um preço acessível, já que o meu tempo passado dentro das quatro paredes seria bastante curto, não necessitava de grandes mordomias.

Infelizmente não fui a mais felizarda com a minha escolha. A localização era do melhor, ou pelo menos assim pareceu, já que consegui regressar sem mapa ou ajuda e isso é incrível para alguém com um sentido de orientação tão péssimo quanto o meu.
No entanto, o quarto deixava imenso a desejar. A cama era extremamente desconfortável, talvez a pior que já experimentei até hoje. Não tinha os lençóis postos e sinceramente parecia que alguém tinha acabado de dormir ali.
Ar-condicionado nem vê-lo, foi como testar uma estadia no inferno, as temperaturas certamente seriam semelhantes. E a casa de banho, bem, entre baldes espalhados e sujidade encrostada, nada melhor para acompanhar este pequeno desastre que uma boa seleção de vizinhos ruidosos no mesmo andar.

Não vou partilhar o nome do hotel, pois infelicidade de um lado, sorte de outro. O funcionário do hotel, desde o início ao fim da estadia deu o seu melhor para me ajudar. Foi-me buscar à paragem dos táxis e antes já me tinha dado indicações de como me desenvencilhar até lá chegar. O meu check-out tinha de ser antes das seis da manhã, pois tinha de estar na rodoviária às seis e meia. Ainda era de noite e por mais que Chefchaouen me tivesse parecido segura. Eu continuava a ser uma rapariga sozinha, de noite pelas ruas da cidade em busca de um táxi. Sem precisar de pedir, o amável recepcionista, para além de despertador, ainda me foi levar até aos táxis uma vez mais.

O povo marroquino espera sempre ser recompensado pelas suas ações, gorjetas são quase como obrigatórias. Mas quando conhecemos pessoas que são verdadeiramente amáveis, humildes e prestáveis sem esperar nada em troca, é de louvar.
Tive a sorte de me cruzar com algumas pessoas assim durante esta minha aventura.
No final de contas, não são as lembranças que compramos que marcam as nossas viagens, são os sítios, as pessoas, os cheiros, o que sentimos.
Sentimentos que nos fazem recordar os pequenos detalhes por este mundo fora.

Onde comer:

Apesar de ser uma cidade pequena, comparada com as grandes cidades imperiais. Chefchaouen tem uma vasta seleção de estabelecimentos, ou melhor, toda ela é estabelecimentos. Foi onde comi melhor e mais barato durante o meu percurso por terras marroquinas.
Em cada esquina existe um mini café, um bar de sumos naturais, supermercados nada convencionais. Mesmo na praça principal os restaurantes tem preços acessíveis. Um wrap de frango e bebida por apenas 15 MAD, 1.5€, apenas uma das mais variadas opções desta surpreendente cidade. Desde restaurantes de fast-food, a comida marroquina e até chinesa. Há de tudo um pouco e bem barato.
Aproveite para repor as vitaminas com os sumos de fruta feitos na hora.





Curiosidades e dicas de Chefchaouen:

↬ Em cada fonte existe um copo de plástico e não é ao acaso. Toda a população bebe desses mesmos copos. A água é potável e partilhar é com eles. Não estranhe ver um acumular de pessoas a rodear uma fonte, estão só à espera da sua vez.
↬ Por aqui, só pagamentos em dinheiro. Existe ATM antes de entrar na medina, ou na praça principal.
↬ O povo marroquino por estes lados, não é grande amante de fotografias, por isso peça autorização antes se não quer causar conflitos.
↬ Faça uma tatuagem de Henna, mas regateie muito bem o preço.
↬ Caixotes do lixo são muito raros, esta cidade ao contrário das demais, é bastante limpa e vê-se pouco lixo no chão. Procure ao lados dos estabelecimentos por uma pequena caixa no chão. São os caixotes deles.
↬ Jante na praça principal e assista aos concertos de rua.
↬ Vá a uma aula de pintura.
↬ Esqueça o mapa e itinerários, perca-se nas mais belas ruelas azuis.

A cidade azul, já estava há algum tempo na minha lista e a verdade é que a curiosidade era imensa. Mas por ser tão perto, acabou por ser uma viagem que ia ficando sempre para segundo e terceiro plano.
Já risquei mais um destino de sonho. E tu quando vais riscar o teu?


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